VANTs são uma importante ferramenta para o produtor de cana.
O Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo. Na safra 2020/2021 a previsão é de produzirmos 642,1 milhões de toneladas, segundo a Conab, uma produtividade 0,1% menor que a safra 2019/2020.
Mesmo assim, ela permitirá uma produção recorde de 39,3 milhões de toneladas de açúcar. Isso será suficiente para manter o país como o maior produtor global por dois anos seguidos.
Muito desse ótimo desempenho se deve ao fato de que a otimização das plantações é uma preocupação dos produtores e das usinas sucroalcooleiras do país, visando benefícios econômicos e ambientais.
Parte dessa otimização tem ligação direta com o uso de agroquímicos, com a introdução da agricultura de precisão e de tecnologias digitais como sensores e tratores autônomos, por exemplo.
Atuando nas falhas de plantio
Uma das melhores formas de otimizar a produtividade das lavouras de cana e o uso de recursos no plantio é a minimização de falhas de plantio. Normalmente, as falhas acontecem no dossel da cultura por rizomas danificados, brotação malsucedida ou caules jovens mortos.
Para evitar uma queda severa na produção, os produtores rurais precisam preencher as falhas com novas plantas. O mapeamento da densidade de falhas de plantio é, portanto, fundamental para avaliar a qualidade do plantio da cultura e orientar o replantio quando necessário.
As práticas de campo atuais para avaliação linear de falhas de plantio são muito trabalhosas e não podem ser realizadas com precisão suficiente para fornecer informações espaciais para mapeamento. Isso torna o replantio difícil de ser feito.
Outras práticas usam sensores transportados por tratores para detectar as falhas, mas essa técnica costuma ser bem complexa e requer a circulação por toda a área, demandando mais tempo e combustível.
O uso de drones neste cenário traz eficiência e precisão para o processo de mapeamento de falhas de plantio. Com alguns voos é possível fotografar a lavoura com alto nível de detalhes.
Depois disso, as imagens são processadas por um software e uma imagem georreferenciada é gerada. Nela, é possível fazer a análise de vários pontos da cultura como as falhas de plantio e o índice de vegetação.
Esse índice é muito importante pois indica ao agrônomo onde exatamente pode haver problemas na lavoura. Com isso, ele pode fazer uma avaliação mais rápida e mais acurada do que está acontecendo.
Essa funcionalidade em específico também pode ser visualizada com um mapa 2D que pode ser processado mais rapidamente pelo software no momento da captação das imagens. Em poucas horas de processamento é possível gerar esse mapa e verificar os hotspots que precisam de uma avaliação do agrônomo.
Outros motivos para usar drones na cana-de-açúcar
Além da detecção de falhas de plantio, os VANTs são bastante utilizados na lavoura de cana-de-açúcar para fazer:
Monitoramento da saúde da plantação
Detecção de ervas daninhas
Planejamento de linhas de plantio (para replantio)
Mapas planialtimétricos
Mapas de drenagem
Análise de uso e ocupação do solo
Mapa ambiental
Mapas de aplicação com taxa variável
A ideia principal é que os drones podem coletar informações mais detalhadas e completas de forma muito mais rápida e com melhor custo-benefício do que outras opções de coleta de dados.
Por meio dos VANTs, os produtores rurais de forma quase imediata informações sobre fitossanidade, taxas de crescimento, localização de daninhas, entre outros pontos da lavoura.
Vale a pena usar um drone na cana-de-açúcar?
Vamos aos números para comprovar o porquê vale a pena adotar drones na cultura de cana-de-açúcar. Consideremos um produtor com 200 hectares de cana e uma produção de 90 ton/ha.
Considerando que aproximadamente 25% da lavoura está em replantio, apenas 150 hectares dela são produtivos. A tonelada de cana foi considerada com 135kg de Açúcar Total Recuperável (ATR) por tonelada e o preço do ATR vigente em agosto de 2020, de R$0,698/kg. Com isso, a receita anual é calculada multiplicando 90x135x0,698x150.
O total é de aproximadamente R$ 1,27 milhão. Deduzindo os custos de produção (considerando um custo de produção anual por hectare R$ 5.000,00 em média), ou seja, R$ 750 mil. Com isso, temos um lucro anual total de aproximadamente R$ 522 mil - um lucro de R$ 3.480,00/ha. Tudo isso em cenários ideais, é claro.
Com uma melhoria de apenas 5% na produtividade por hectare (conseguindo 94,5 ton/ha), o agricultor pode ter um ganho extra de R$ 58 mil no total. Isso prova que, para produtores rurais que trabalham com culturas de alto valor agregado, ciclos de produção mais rápidos e intensivos como a cana, esse investimento faz bastante sentido.
Quer começar a usar a tecnologia de mapeamento com drones para enxergar a fazenda com novos olhos? A Altamap pode te ajudar. Entre em contato conosco!
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